quinta-feira, 19 de junho de 2014

Yes, we can!

Não, esse post não é uma propaganda da antiga campanha do Mr. President... Hoje li uma crônica que mega me inspirou e pensei: tenho que mostrar isso as princesas e ao mundo! 



As vezes as pessoas confundem o que é ser princesa. Ser princesa é um conceito mega amplo que vai muito além da Disney (Disney, I love you and I miss you...). As princesas, durante o 'felizes para sempre', costuram, cozinham, esfregam chão (porque vivemos o auge da modernidade e as casas ainda não tem um botão de auto clean!), se apaixonam por príncipes - que muitas vezes viram sapos! - e além disso elas usam salltos que não são de cristal e machucam o pé que é uma beleza, respondem a chefes loucos (as) que deixam bruxas más no chinelo, fazem supermercardo (porque os castelos de hoje em dia não tem suas próprias hortas e pomares - o que é uma shame!), fazem comida pra elas, pro marido, pras crianças e pra levar pra casa alheia (mesmo q não tenham sido  ensinadas...) e procriam - sim, ainda somos apaixonadas por filhos mesmo com esse mundo louco e sem tempo - e daí vamos trabalhar entupida de hormônios, com sono, com dor, com enjôo e depois de 9 meses com olheiras de quem foi mãe mesmo depois de ter trabalhado 12h seguidas! Isso não é só ser princesa, é ser algo além! 

Momento: Qualquer semelhança é mera coincidência

Vídeo excelente que mostra todo o glow da gravidez que muitas princesas vivenciam: 






Algumas horas eu sinto saudades da Amélia... Suspiro de olhos fechados e me pergunto porque aquela criatura resolveu queimar o maldito sutiã e questionar os direitos das mulheres no mundo. E aí eu me questiono: ela provavelmente não devia cuidar da casa, porque se ela tivesse o tanto de coisa que tenho pra fazer não ia estar brigando por mais horas de trabalho!!! 

(Oi?)

(I keep trying...)

Mas aí eu lembro do que me fez mulher, o que me fez princesa. Lembro de como meus pais me criaram exatamente da mesma forma que criaram meu irmão varão, lembro de como eu cedinho sai do castelo dos meus pais (onde ao invés de princesa eu era Rainha da Inglaterra, pra correr atrás de um sonho e fui morar em um fim de mundo, com pessoas que eu nunca tinha visto na vida, tendo que lavar meu próprio prato, minha calcinha, guardar minhas roupas no guarda roupa e andar de moto taxi!), lembro de como quando eu conheci meu príncipe tratei de deixar claro que eu vestia o que eu bem entendesse, bebia cerveja, tinha melhores amigos homens e que seria na alegria, na tristeza e no cansaço desesperado das jornadas de trabalho sem fim. Pensar nisso tudo me faz perceber que eu jamais seria uma Amélia feliz... Que sou ajuizada o suficiente pra isso! 

Então hoje não é 08 de março, mas uma salva de palmas pra nós: mulheres, princesas! 



Que possamos sempre ter o controle de nossas vidas e o nosso final feliz.

(E foi feliz para sempre...)

Abaixo o incrível texto que Ruth Manus escreveu no Estadão:

"Às vezes me flagro imaginando um homem hipotético que descreva assim a mulher dos seus sonhos:

“Ela tem que trabalhar e estudar muito, ter uma caixa de e-mails sempre lotada. Os pés devem ter calos e bolhas porque ela anda muito com sapatos de salto, pra lá e pra cá.

Ela deve ser independente e fazer o que ela bem entende com o próprio salário: comprar uma bolsa cara, doar para um projeto social, fazer uma viagem sozinha pelo leste europeu. Precisa dirigir bem e entender de imposto de renda.

Cozinhar? Não precisa! Tem um certo charme em errar até no arroz. Não precisa ser sarada, porque não dá tempo de fazer tudo o que ela faz e malhar.

Mas acima de tudo: ela tem que ser segura de si e não querer depender de mim, nem de ninguém.”

Pois é. Ainda não ouvi esse discurso de nenhum homem. Nem mesmo parte dele. Vai ver que é por isso que estou solteira aqui, na luta.

O fato é que eu venho pensando nisso. Na incrível dissonância entre a criação que nós, meninas e jovens mulheres, recebemos e a expectativa da maioria dos meninos, jovens homens,  homens e velhos homens.

O que nossos pais esperam de nós? O que nós esperamos de nós? E o que eles esperam de nós?

Somos a geração que foi criada para ganhar o mundo. Incentivadas a estudar, trabalhar, viajar e, acima de tudo, construir a nossa independência. Os poucos bolos que fiz na vida nunca fizeram os olhos da minha mãe brilhar como as provas com notas 10. Os dias em que me arrumei de forma impecável para sair nunca estamparam no rosto do meu pai um sorriso orgulhoso como o que ele deu quando entrei no mestrado. Quando resolvi fazer um breve curso de noções de gastronomia meus pais acharam bacana. Mas quando resolvi fazer um breve curso de língua e civilização francesa na Sorbonne eles inflaram o peito como pombos.

Não tivemos aula de corte e costura. Não aprendemos a rechear um lagarto. Não nos chamaram pra trocar fralda de um priminho. Não nos explicaram a diferença entre alvejante e água sanitária. Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.

Mas nos ensinaram esportes. Nos fizeram aprender inglês. Aprender a dirigir. Aprender a construir um bom currículo. A trabalhar sem medo e a investir nosso dinheiro.  Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.

Mas, escuta, alguém  lembrou de avisar os tais meninos que nós seríamos assim? Que nós disputaríamos as vagas de emprego com eles? Que nós iríamos querer jantar fora, ao invés de preparar o jantar? Que nós iríamos gostar de cerveja, whisky, futebol e UFC? Que a gente não ia ter saco pra ficar dando muita satisfação? Que nós seríamos criadas para encontrar a felicidade na liberdade e o pavor na submissão?

Aí, a gente, com nossa camisa social que amassou no fim do dia, nossa bolsa pesada, celular apitando os 26 novos e-mails, amigas nos esperando para jantar, carro sem lavar, 4 reuniões marcadas para amanhã, se pergunta “que raio de cara vai me querer?”.

“Talvez se eu fosse mais delicada… Não falasse palavrão. Não tivesse subordinados. Não dirigisse sozinha à noite sem medo. Talvez se eu aparentasse fragilidade. Talvez se dissesse que não me importo em lavar cuecas. Talvez…”

Mas não. Essas não somos nós. Nós queremos um companheiro, lado a lado, de igual pra igual. Muitas de nós sonham com filhos. Mas não só com eles. Nós queremos fazer um risoto. Mas vamos querer morrer se ganharmos um liquidificador de aniversário. Nós queremos contar como foi nosso dia. Mas não vamos admitir que alguém questione nossa rotina.

O fato é: quem foi educado para nos querer? Quem é seguro o bastante para amar uma mulher que voa? Quem está disposto a nos fazer querer pousar ao seu lado no fim do dia? Quem entende que deitar no seu peito é nossa forma de pedir colo? E que às vezes nós vamos precisar do seu colo e às vezes só vamos querer companhia pra um vinho? Que somos a geração da parceria e não da dependência?

E não estou aqui, num discurso inflamado, culpando os homens. Não. A culpa não é exatamente deles. É da sociedade como um todo. Da criação equivocada. Da imagem que ainda é vendida da mulher. Dos pais que criam filhas para o mundo, mas querem noras que vivam em função da família.

No fim das contas a gente não é nada do que o inconsciente coletivo espera de uma mulher. E o melhor: nem queremos ser. Que fique claro, nós não vamos andar para trás. Então vai ser essa mentalidade que vai ter que andar para frente. Nós já nos abrimos pra ganhar o mundo. Agora é o mundo tem que se virar pra ganhar a gente de volta."


(Fato!)

domingo, 8 de junho de 2014

A saga do pudim de leite

Esse Blog ta meio deixado de lado, mas é por falta de tempo mesmo. A vida tá mto corrida pra todas nós. Vida de princesa não é fácil! Porém, inspirada em minha amiga Ariel hj me aventurei na cozinha. Eu e cozinha nunca fomos muito amigas, na verdade na minha cozinha tem um quadro que foi feito sob medida pra mim.

 Enfim, esse mês é um mês de muitos eventos e jantares pra mim. Mas aqui nos EUA jantar means Potluck, ou seja, vc tem que levar alguma coisa pra janta! Eu já cansada de levar só pão de queijo aproveitei que o jantar de hoje era pra levar sobremesa me arrisquei no pudim de leite. Claro que eu ia pegar a receita mais simples que existe! Onde já se viu!!!! Pedi a receita prazamigas princesas e Belle me passou a receita. Pudim de leite 3 ovos 1 lata de leite condensado 1 lata de leite (usa a mesma lata como medida) Bata tudo no liquidificador e coloca na forma de pudim caramelizada, Assar em banho maria 400F por mais ou menos uma hora e pronto! Simples assim! Mas claaaaaro que tive que ligar pra mamys pra conferir. Como faz a calda? Mamys help!! Mamy é excelente cozinheira ( não puxei minha mãe! ) e ela começa a ajuda com um.. mas é muito fácil, até seu irmão já fez!! A calda: 1 xicara de açucar Coloca no forno e espera derreter, coloca um pouquinho de água e gotinhas de limão pra não grudar. Segredinhos ( que com certeza não deve ser segredo pra ninguém , mas me deixa com minha ilusão. A saga: Tive que ir ao supermercado pq não tenho açucar em casa. Essa parte fácil. Volto contente pra casa, hj sai esse pudim! Ingredientes a postos sobre a bancada da cozinha: leite condensado, leite, liquidificador, abridor de latas… Cade o meu abridor?????? Não veio com a mudança. Detalhe que já tem quase uma ano que to morando nessa casa e o abridor nao veio. Como é um item super necessario nem senti falta. Eu sei que da pra abrir a lata com a faca mas eu nao tenho martelo tb. ( nem de bater carne). Vamos ao amigo Google ele sabe de tudo. Como abrir uma lata sem o abridor de lata? Primeira resposta que vejo: Como assim nao tem abridor, onde vc mora? Qq canto tem abridor. Segunda resposta abre com a faca e martelo essa eu já sabia mas nao funciona devido a falta de tools. Um video no youtube vc só precisa de uma mão e uma colher ( e ele deve ter dito que preciso de mta força…). https://www.youtube.com/watch?v=l7x6ftZ6MuE . Será que eu tento?? Tudo isso por pura preguiça de sair de casa pra comprar um abridor, ou pelo menos pedir emprestado pro vizinho, mas e a preguiça de ter que trocar de roupa e tirar o meu confortavel pijama, onde eu coloco? Vou encarar a colher e resultado: Consegui!!!  
Exercício do dia: Check!!!! Agora vamos a calda: Lembro que mamy disse q era pra ter paciência pq ia formar uns grumos mas que era normal. Paciência nunca foi meu forte, o desespero já começa a tomar conta de mim qdo ja passou uns tres minutos e açucar ta la intacta… Vamos aumentar esse fogo. (Pausa para um comentário nada a ver: – Ainda não me acostumei com esse fogão sem a chama, eu não sei se tá funcionando direito.. sinto falta da chaminha azul…. Só um momento desabafo!) Voltemos a calda, que finalmente começa a tomar forma. A água, tenho que colocar a água, e daí….
Voltamos pra fase de grumos… será que era pra por a água mesmo.. ta formando de novo… o limão.... cinco gotinhas e pronto… um tempinho depois a calda pronta!
Coloquemos na forma e ta começando a endurecer…. Ai que trem complicado…. Eu já tinha batido os ingredientes e coloquei sobre a calda e pronto agora é só assar e vamos ver no que vai dar… Mas perai... eu não tenho aquela forma chique de cozinhar no banho maria, sabe uma que vc poe a agua em baixo e a forma em cima... Vamos ao improviso...

50 minutos depois..... Coloco a faca pra saber se tá pronto e a faca sai limpinha! Yeahhh sinal que tá pronto. Mamy disse que pra desenformar tenho que esperar esfriar e só desenformar depois.  2h depois.... Agora o desafio final. Desenformar sem quebrar o pudim.. Muita concentração e voilá!!!! 
 
Ficou meio torto no prato, pq na aula de coordenação eu faltei... Comi uma fatia pra provar e qdo voltei não tinha mais. Nem o prato sujo pra tirar a foto tinha. 
Meu pudim de leite foi promovido a flan pelos americanos. 

E modéstia a parte ficou muito bom!!!!!
Próximo Potluck é na semana que vem e o desafio será:  Torta pantanal. 
Será que teremos outra saga??!?